sexta-feira, 19 de março de 2010

Almodóvar e seus sangues sexuais da vida real


O mundo criado por Almodóvar é simples, natural e comum. Chego a esta conclusão por ele conseguir entrar em sua mente/mundo e te deixar aterrorizado e espantado com a trama ... porém após alguns rolos de filme (10 minutos depois) você se adapta tão normalmente a sua história que se torna algo simples, natural e comum .... "vou congelar o corpo do meu ex-marido no freezer junto com as carnes e bebidas que servirei a noite no restaurante" ... como assim isso ser normal??? só Almodóvar para demonstrar que no mundo (real) em que vivemos é pior que qualquer outra polêmica da gazeta que lemos diariamente .... pior que programas locais que ganham audiência com uma simples poça de sangue ..... pior que o mundo em que você acha que as pessoas são melhores que aquilo ou, que demonstram ser superiores daquilo ..... enganação total .... Almodóvar constrói cenários de uma vida contemporânea que os admiradores de suas obras não percebem exatamente pelo "lugar comum" .... é tão natural um filho de travesti com HIV em seus enredos, quanto a menina que foi jogada pela janela pelo próprio pai ... simples assim .... até mesmo porque nos importamos mais com isto do que a própria realidade que é mais limpa e menos imoral como a dos desprotegidos .... complicado? estranho? pode até ser, melhor que isto, é fato, o que tem sangue gostamos de comentar, mas o que tem polêmica sexual ou dramas só expostos em filmes ... urgh ... nos incomoda ... ainda incomoda? é tão simples, natural e comum ... não acha? assista Almodóvar e quem sabe podemos dividir um chopp para ter assuntos interessantes.

Recomendo:
(não possuo mínimo conhecimento para deixar de fora qualquer filme de Pedro Almodóvar como indicação, portanto abaixo seguem alguns dos títulos dele .... que fique bem claro .... INDICO TODOS)

* Entre tinieblas, 1983;
* La ley del deseo, 1987;
* ¡Átame!, 1990;
* Carne trémula, 1997;
* Todo sobre mi madre, 1999;
* Hable con ella, 2002;
* Volver, 2006;
* Los abrazos rotos, 2009.